Os menos de 90 lobos que ainda subsistem no distrito de Vila Real correm o risco de «extinção» se não forem minimizados os impactos provocados pela construção de parques eólicos, barragens, auto-estradas e pedreiras, escreve a agência Lusa segundo alertou esta sexta-feira o Grupo Lobo.
A equipa do Grupo Lobo está, desde 2005, a monitorizar a população lupina no âmbito da construção das auto-estradas A7 e A24 no Sítio Rede Natura 2000 Alvão /Marão.
No decorrer da conferência «Grandes Infra-Estruturas & Conservação do Lobo», em Lamego, o técnico Gonçalo Costa salientou que o recente «desenvolvimento humano tem contribuído decisivamente para o desaparecimento do factor isolamento, ameaçando a manutenção a médio prazo dos lobos»
O responsável fala em «grandes alterações» no habitat destes animais. Estas alterações, segundo o presidente do Grupo Lobo, Francisco Petrucci-Fonseca, poderão levar «mesmo à extinção» do carnívoro neste território.
Para além das já construídas auto-estradas A7 e A24 e das muitas pedreiras ilegais que esventraram as serras, está também prevista a construção de quatro barragens na zona do Alto Tâmega e de vários parques eólicos.
«O grande impacto provocado pelos parques eólicos são os acessos construídos em zonas que antes eram inacessíveis e que serviam de abrigo aos lobos», afirma Gonçalo Costa. Fracisco Petrucci-Fonseca considera que os aerogeradores funcionam com uma espécie de ponto de atracção turística que «aos fins-de-semana atraem uma quantidade de trânsito surpreendente».
«As barragens vão destruir o corredor ecológico ao longo do rio Tâmega, que é de importância vital para muitas espécies», salientou o líder do Grupo Lobo que acrescentou que aquelas infra-estruturas «vão funcionar como uma barreira, impedindo a passagem dos lobos e o seu contacto com outras alcateias, e servirão também como factor de atractividade para muitas pessoas».
Fracisco Petrucci-Fonseca salientou que, todos estes factores juntos, «vão fazer com que os lobos do Alvão fiquem completamente isolados».
As infra-estruturas devem ser adaptadas à presença dos lobos
No entanto, o técnico considera que o desenvolvimento humano não «é incompatível» com a presença do lobo. Para que a sobrevivência da espécie seja assegurada, o responsável defende a integração desta área num Plano Nacional de Acção para o Lobo, «há muitos anos previsto e nunca implementado», o ordenamento das actividades humanas numa visão de desenvolvimento sustentável, a elaboração de planos de gestão de áreas naturais e agro-florestais onde a presença de espécies autóctones seja um dos objectivos.
O «ideal» para o Grupo Lobo era que as barragens não fossem construídas nem os aerogeradores colocados nas serras. «Pelo menos que não fossem construídas tantas barragens numa zona tão próxima», frisou Francisco Petrucci-Fonseca.
Não podendo impedir a sua concretização, o responsável defende que seja «já salvaguardada a mitigação dos impactos ao longo das margens, impedindo, por exemplo, a construção de edifícios». No caso dos parques eólicos, o presidente diz que os acessos deveriam estar vedados, permitindo apenas o acesso para a manutenção dos mesmos.
«O novo desafio para a conservação do lobo é que estas novas infra-estruturas tenham em conta a sua existência», salientou.
Fonte: IOL (Portugal)
A equipa do Grupo Lobo está, desde 2005, a monitorizar a população lupina no âmbito da construção das auto-estradas A7 e A24 no Sítio Rede Natura 2000 Alvão /Marão.
No decorrer da conferência «Grandes Infra-Estruturas & Conservação do Lobo», em Lamego, o técnico Gonçalo Costa salientou que o recente «desenvolvimento humano tem contribuído decisivamente para o desaparecimento do factor isolamento, ameaçando a manutenção a médio prazo dos lobos»
O responsável fala em «grandes alterações» no habitat destes animais. Estas alterações, segundo o presidente do Grupo Lobo, Francisco Petrucci-Fonseca, poderão levar «mesmo à extinção» do carnívoro neste território.
Para além das já construídas auto-estradas A7 e A24 e das muitas pedreiras ilegais que esventraram as serras, está também prevista a construção de quatro barragens na zona do Alto Tâmega e de vários parques eólicos.
«O grande impacto provocado pelos parques eólicos são os acessos construídos em zonas que antes eram inacessíveis e que serviam de abrigo aos lobos», afirma Gonçalo Costa. Fracisco Petrucci-Fonseca considera que os aerogeradores funcionam com uma espécie de ponto de atracção turística que «aos fins-de-semana atraem uma quantidade de trânsito surpreendente».
«As barragens vão destruir o corredor ecológico ao longo do rio Tâmega, que é de importância vital para muitas espécies», salientou o líder do Grupo Lobo que acrescentou que aquelas infra-estruturas «vão funcionar como uma barreira, impedindo a passagem dos lobos e o seu contacto com outras alcateias, e servirão também como factor de atractividade para muitas pessoas».
Fracisco Petrucci-Fonseca salientou que, todos estes factores juntos, «vão fazer com que os lobos do Alvão fiquem completamente isolados».
As infra-estruturas devem ser adaptadas à presença dos lobos
No entanto, o técnico considera que o desenvolvimento humano não «é incompatível» com a presença do lobo. Para que a sobrevivência da espécie seja assegurada, o responsável defende a integração desta área num Plano Nacional de Acção para o Lobo, «há muitos anos previsto e nunca implementado», o ordenamento das actividades humanas numa visão de desenvolvimento sustentável, a elaboração de planos de gestão de áreas naturais e agro-florestais onde a presença de espécies autóctones seja um dos objectivos.
O «ideal» para o Grupo Lobo era que as barragens não fossem construídas nem os aerogeradores colocados nas serras. «Pelo menos que não fossem construídas tantas barragens numa zona tão próxima», frisou Francisco Petrucci-Fonseca.
Não podendo impedir a sua concretização, o responsável defende que seja «já salvaguardada a mitigação dos impactos ao longo das margens, impedindo, por exemplo, a construção de edifícios». No caso dos parques eólicos, o presidente diz que os acessos deveriam estar vedados, permitindo apenas o acesso para a manutenção dos mesmos.
«O novo desafio para a conservação do lobo é que estas novas infra-estruturas tenham em conta a sua existência», salientou.
Fonte: IOL (Portugal)
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