sexta-feira, 18 de abril de 2008

Biólogos querem clonar rinoceronte em extinção

Em um esforço desesperado para salvar da extinção um dos animais mais raros do planeta, o rinoceronte-branco do norte, dos quais só restam poucos exemplares na África, cientistas britânicos querem recorrer a técnicas de clonagem.

Rinoceronte-Branco

Especialistas da Royal Zoological Society e da Universidade de Edimburgo querem preservar os genes de um rinoceronte em cativeiro utilizando uma técnica que mistura suas células da pele com embriões de um animal de uma subespécie muito próxima, o rinoceronte-branco do sul, dos quais restam mais de 11 mil exemplares, principalmente na África do Sul.

Desta mistura sairá uma "quimera", ou seja, um misto de células das duas subespécies, mas os cientistas confiam em que algumas dessas células produzam o esperma e os óvulos do rinoceronte-branco do norte, informou hoje o jornal The Independent.

Se a experiência der resultado, os biólogos confiam em utilizar a mesma técnica para salvar outras espécies cujas populações foram fortemente reduzidas por causa da caça e da perda gradual de seus habitats.

A técnica consiste em alterar alguns genes regulatórios, o que resulta em uma reprogramação das células da pele adultas para que, a partir de um estágio embrionário, possam se transformar em algum dos tecidos especializados do organismo, incluindo as células da linha germinal que originam o esperma ou os óvulos.

O método funciona assim: as células da pele obtidas do rinoceronte-branco do norte se transformam em células embrionárias às quais os cientistas dão o nome de "células-tronco pluripotentes induzidas" (iPS).

Estas são inseridas em um embrião de rinoceronte-branco do sul, onde se dividem e se misturam para formar uma quimera, ou seja, uma mistura das duas subespécies.

Se as iPS formam as células germinais de uma quimera adulta, seu esperma e seus óvulos serão efetivamente os do rinoceronte-branco do norte cujas células da pele foram usadas originalmente na clonagem.

Se isso não ocorrer, o esperma e os óvulos serão os do rinoceronte do Sul. Segundo Ian Wilmut, o diretor da equipe que clonou a ovelha Dolly e que faz parte do projeto de pesquisa, a nova técnica é mais promissora e prática que o método que ele utilizou em seu trabalho pioneiro, há mais de dez anos.

O professor Robert Millar, diretor da Unidade de Ciências Reprodutivas do Conselho de Pesquisas Médicas da Universidade de Edimburgo, que dirige o estudo, disse que "há muitos animais africanos em perigo de extinção".

"Queremos proteger seus genomas, mas é preciso proteger também seus habitats", explica. A equipe vai colaborar estreitamente com o zoológico de Edimburgo para desenvolver técnicas que possam ser usadas na conservação de espécies ameaçadas, como o cão selvagem africano, o lobo da Etiópia e o hipopótamo-pigmeu.

Segundo Paul de Sousa, especialista em células-tronco da Universidade de Edimburgo, todos os mamíferos parecem compartilhar os mesmos genes que podem ser manipuldos geneticamente para reprogramar as células da pele de modo que induzam as chamadas iPS.

Mas um cientista advertiu ao Independent de que a técnica das células-tronco pluripotentes induzidas também poderiam ser usadas por médicos sem escrúpulos para ajudar casais a ter filhos, porque se demonstrou a facilidade de seu emprego em ratos quase sem efeitos colaterais aparentes.
Fonte: Terra (Brasil)

1 comentário:

Anónimo disse...

se desse resultado seria excelente, pois milhares de expecies de animais sairiam da extinçao. mas tambem a ultima clonagem com animais ( a ovelha dolly) nao deu grande resultado pois ela acabou por ser abatida por ter demaziadas doenças.

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