sábado, 29 de dezembro de 2007

Centro em Portugal tenta salvar lobos ibéricos da extinção

Fagus e Seara são os mais recentes hóspedes do Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, em Portugal, depois de chegaram do Jardim Zoológico de Madri debilitados e cegos.

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Lobo-Ibérico

Gerido pelo Grupo Lobo, uma associação não governamental que defende a conservação desta espécie e de seu ecossistema, o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico (CRLI) foi criado em 1987 e tem como objetivo providenciar um lar a lobos feridos ou mantidos em más condições de cativeiro.

Em uma área de 17 hectares, dividida por sete espaços cercados, o centro engloba uma zona mais plana e um monte, o local preferido dos lobos por aí se sentirem mais seguros.

Os quatorze animais que o centro acolhe atualmente consomem 1.750 euros mensais de alimentação e medicação, cujo financiamento só é possível graças às receitas proporcionadas pelas visitas guiadas, que custam quatro euros e já atingiram oito mil em 2007.

Os donativos dos "pais adotivos" são outra fonte importante de receitas para o espaço, que não tem nenhum apoio do governo português.

O centro propõe às pessoas que apadrinhem um lobo pela quantia de 40 euros, se o animal tiver até 15 anos, ou 45, no caso dos mais velhos.

Os "pais adotivos" poderão acompanhar as atividades diárias do centro, que incluem a alimentação dos animais.

O CRLI possui ainda uma casa com capacidade para seis pessoas onde, mediante reserva, os visitantes podem pernoitar, além de uma habitação para dois voluntários.

Os voluntários participam das atividades diárias de alimentação dos lobos e da manutenção do espaço do centro, e podem oferecer sua colaboração em qualquer época do ano.

A lisboeta Marta Cal adiantou à Lusa que as preocupações ecológicas a levaram a se tornar voluntária por uma semana no CRLI.

"Estar em contato com os lobos é maravilhoso. Cheguei com a lua nova e fui recebida por um concerto de uivos, foi lindo", descreveu, elegendo como seus favoritos o Prado e o Zimbro, que "adoram festinhas".

Marta Cal adiantou não ter medo dos lobos, mas reconhece que "eles não deixam de ser animais selvagens".

Segundo a responsável do CRLI, Elisabete Pereira, embora a recuperação dos lobos seja o principal objetivo do centro, o local já contemplou ainda o nascimento de alguns lobos em cativeiro, como é o caso do Prado.

"O Prado é um alfa, e existe sempre em cada alcatéia um macho e uma fêmea alfa, e só eles é que podem se reproduzir. São os líderes", referiu Elisabete Pereira.

Esta condição realça a agressividade de Prado com outros lobos, levando a que esteja isolado em um dos sete cercados.

Habituado à presença humana, o lobo Prado não poderá ser introduzido na natureza.

Elisabete Pereira diz que reintroduzir estes animais à liberdade "seria condená-los à morte pois, além de não existirem atualmente alcatéias para recebê-los, também não veriam o homem como uma ameaça".

A perseguição humana levou o lobo ibérico a entrar em vias de extinção.

Em Portugal, calcula-se que existam atualmente 300 animais desta espécie, contrastando com a Espanha, onde vivem cerca de 1.700.

"Procuramos desmistificar a idéia de que o lobo é um animal demoníaco que come pessoas. Em 50 anos, há somente um registro de um lobo que atacou uma pessoa, mas esse animal tinha raiva", explicou Elisabete Pereira.

O lobo ibérico tem, em média, uma duração de vida na ordem dos 16 anos em cativeiro e nove em estado selvagem, "embora hoje em dia não ultrapasse os cinco anos" devido à presença do homem em locais que antes lhe eram inacessíveis.

"A construção de auto-estradas e parques eólicos em locais que antigamente eram inacessíveis contribuiu para o desaparecimento das presas naturais do lobo, como o javali, o corço e o veado", sublinhou Elisabete Pereira.

Para a responsável, esta situação faz com que os animais passem muito tempo sem se alimentarem.

"Em liberdade, podem passar até três semanas sem comer, o que, apesar de os tornar mais fortes pela seleção natural, também os debilita mais porque envelhecem rápido", referiu.

A cegueira de Fagus e Seara é outra conseqüência do contato excessivo destes animais com pessoas.

Segundo explicou à Lusa Elisabete Pereira, a cegueira é uma situação habitualmente causada pelo estresse de estarem cativos em um jardim zoológico, onde a presença humana e o barulho são excessivos.

Os dois animais passarão agora o resto de suas vidas no centro.

Apesar da presença "ameaçadora" dos lobos, mais de 20 gatos elegeram o local como sua morada, e passeiam livremente pelo espaço.
Fonte: Agência Lusa (Brasil)

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá! Queriamos só avisar que escolhemos o teu blog para o premio " Diz que até nem é um mau blog" para saberes mais vai ao nosso blog e vê o post de Domingo, dia 30 de Dezembro! Abraços,4amigos4ever!

Anónimo disse...

Olá!
Já visitaste o novo blog sobre a Van , o Zac , e a Ash?
Se não visita já!
http://van_zac_ash.blogs.sapo.pt/
Fico à espera do teu comentário.
Divulga se puderes.
BeijOos

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