sábado, 29 de setembro de 2007

Estudo do pêlo de mamute levará à decodificação do DNA de outras espécies

Uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu decifrar o DNA dos pêlos de um mamute da Sibéria de 12.000 a 50.000 anos de idade, o que abre caminho para a decodificação de inúmeras espécies extintas, segundo estudo publicado nesta quinta-feira.

Recorrendo a um método de decodificação por síntese, os geneticistas conseguiram decifrar o DNA mitocondrial - somente transmitido pela mãe - de 13 mamutes, entre eles o célebre mamute Adams, descoberto em 1799 e conservado desde então a temperatura ambiente num museu da Rússia.

Este novo método deve permitir enriquecer com novos dados genéticos as coleções de Charles Darwin e dos naturalistas do século XVIII, o alemão Alexander von Humboldt e o sueco Carl von Linné, segundo os autores do estudo.

"Os dados genéticos já recopilados por este método abrem caminho para a decodificação da totalidade do genoma do mamute", afirmou Stephan Schuster, da Universidade da Pensilvânia (leste), um dos autores desta pesquisa publicada na revista Science.

O DNA fica bem preservado no pêlo, que pode ser achado facilmente nos ambientes frios.

Além disso, o cabelo e o pêlo são preferíveis aos ossos como fonte de DNA antigo para obter a mitocôndria.

Até o momento, era necessário analisar antigos ossos para poder comparar, por exemplo, as características genéticas de elefantes e mamutes ou, inclusive, saber como estes últimos sobreviveram a era glacial antes de sua extinção.

Estas mostra de DNA provenientes dos ossos são bastante raras e geralmente estão contaminadas por bactérias.

Em compensação, o DNA procedente dos pêlos é bem limpo porque foi preservado em queratina, uma espécie de membrana que parece plástica. A queratina forma 95% do pêlo e se encontra também nos chifres e nas unhas.

Outra vantagem é que o pêlo pode ser lavado sem que se alterem seus materiais genéticos, explicaram os autores da pesquisa.

"Se pensarmos em todos os animais dissecados em museus de história do mundo e que pertencem a espécies extintas, há muito trabalho por fazer para decodificar seu DNA", afirma Thomas Gilbert, da Universidade de Copenhague e co-autor do estudo.

Antes desta pesquisa, apenas sete genomas de animais de espécies extintas haviam sido decifrados em seu componente genético: quatro pássaros, dois mamutes e um mastodonte.

"Este descoberta é uma boa notícia para todos aqueles que querem saber como alguns dos grandes mamíferos foram extintos", acrescenta Stephan Schuster.

Mas esses trabalhos também têm potencialmente outras aplicações. Assim afirma o especialista Eske Willerslev, professor da Universidade de Copenhague. "O método ainda deve ser afinado para ser plenamente utilizado, por exemplo, por um médico forense, o que é apenas uma questão de tempo".
Fonte: AFP

1 comentário:

Anónimo disse...

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