domingo, 11 de maio de 2008

Vivem numa ilha do Zoo de Lagos, chegados há pouco mais de um mês do parque de Apeldoorn, da Holanda. São sete macacos-esquilo bolivianos (Saimiri boliviensis) - cinco fêmeas e dois machos. A esperança é conseguir a sua reprodução em cativeiro, sempre muito difícil, numa altura em que os parques da Europa se debatem com falta de fêmeas.

Macaco-Esquilo

"Duas crias por ano, uma de cada animal, seria o ideal e sinal de que estariam a reagir bem", diz ao DN o proprietário do Zoo de Lagos, Paulo Figueiras, de 44 anos, um autodidacta, que tem conseguido para o seu parque grande sucesso na reprodução em cativeiro de espécies raras de primatas.

Quando nascerem , as crias poderão ser canalizadas para outros parques, devendo os progenitores continuar em Portugal. Mas tudo depende do coordenador daquela espécie de primatas, que acompanha a evolução dos animais, no âmbito do programa europeu de reprodução em cativeiro para espécies em perigo de extinção (EEP), a partir de um zoo localizado em França.

Com instalações próprias, de 25 m2 e três de altura, construídas de raiz no parque situado perto da aldeia rural algarvia de Barão de S. João, os no- vos macacos do grupo começam a adaptar-se ao ambiente da ilha, na qual existem troncos, cordas e um lago com patos. Isto depois de terem concluído, há uma semana, o período de quarentena.

"Convivem bem com os patos por estes serem grandes, ao contrário do que se verifica em relação a pássaros pequenos e insectos, pois sempre que podem caçam-nos e comem-nos. Só não podem é ouvir gritos de araras, nem pavões. Quando isso acontece, fogem de imediato para as instalações. Não estão habituados a esse tipo de sons, já que no parque de onde vieram existem apenas primatas", conta Paulo Figueira.

Para atrair insectos, de forma a abrir o apetite dos sete macacos-esquilo da Bolívia, até vão ser criadas mais plantas com flores junto à sua habitação. Depois, será só caçá-los.

São 11.00 horas, a temperatura está amena e os visitantes começam a chegar ao parque. Na ilha, onde vivem os novos primatas, encontra-se apenas o tratador em operações de limpeza. Para trás ficou o pequeno-almoço, servido às 8.30 horas no interior das instalações, que incluiu vegetais e uma ração específica para àquela espécie com um concentrado de cenoura, pêra, maçã, banana e girassol, além de ovos e outros produtos de origem animal. São dietas equilibradas. Mais tarde, entretêm-se a caçar gafanhotos e grilos para reforçar a alimentação. Das ementas ao longo do dia, cuidadosamente preparadas, fazem ainda parte laranja, manga e papaia, entre outros frutos. E, duas vezes por semana, têm também direito a um bolo especial confeccionado com cereais, arroz e vitaminas.

"Os animais começaram por estranhar a mudança. Quando chegaram às novas instalações, permaneceram no interior durante dois dias e duas noites, espreitando pela janela para ver o que se passava cá fora", lembra Paulo Figueiras. "Na altura em que abrimos a porta, não saíram os sete ao mesmo tempo. O macho dominante foi o primeiro a fazê-lo. No segundo dia, já os restantes faziam o mesmo. Mas com o ambiente que criámos, a mudança está a ser positiva. Pode ser que, dentro de pouco tempo, haja já boas novidades", conclui.
Fonte: Diário de Notícias (Portugal)

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